Violência: inversão de papéis entre criminosos e cidadãos honestos

Deputado Antonio Bulhões (PRB/SP) 
Brasília, 17 de junho - “A violência nos grandes centros urbanos tomou proporções que estão tornando a vida dos cidadãos um verdadeiro terror”, lamentou o deputado Antonio Bulhões (PRB/SP) em pronunciamento no plenário da Câmara. Para ele, o mais preocupante é a quantidade de adolescentes e jovens envolvidos em crimes bárbaros.

Na avaliação do parlamentar, a segurança pública é, atualmente, um dos setores em que o Estado enfrenta as maiores dificuldades para administrar. “Vergonhosamente, o Brasil figura entre as nações mais violentas do mundo, com taxa de homicídio que supera a quantidade de morte nos países em guerra. A demora em que as instituições competentes concluem os inquéritos e aplicam as penalidades faz do crime um bom negócio, fomentando a ação de pessoas inescrupulosas, aproveitadoras e com falhas de caráter,” alertou.

Bulhões citou artigo publicado pelo jornalista Reinaldo Azevedo em que faz observação pertinente acerca da realidade violenta a que os cidadãos brasileiros estão submetidos. Segundo Azevedo, somos reféns da má consciência disfarçada ou de generosidade humanista ou de sociologia da reparação, que permitem que facinorosos fiquem por aí, à solta, matando pessoas de bem.

“O insucesso da persecução penal se justifica pela inversão de papéis entre criminosos e os cidadãos honestos, em que o bandido é tomado por militante involuntário da igualdade, enquanto a vítima passa a representar a elite cruel e burguesa que tem de pagar pela falta de empenho na luta por equidade e justiça social”, disse Reinaldo Azevedo.

Para Bulhões, outro problema grave é o modelo judicial brasileiro que permite infindáveis recursos, apelações e progressões que acabam por comprometer a eficácia de todo o sistema penal brasileiro. “Somos todos chamados a refletir sobre os pontos em que é preciso haver intervenção drástica e imediata para coibir a escalada da violência. Sabemos que a pobreza, a desigualdade e tantos outros fatores sociais e econômicos propiciam o avanço da violência. Contudo, não devemos venerar, em razão da linhagem socioeconômica desfavorecida, os malfeitores de plantão”, finalizou.

Texto: Mônica Donato 
Foto: Gustavo Lima

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